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Os bastidores da foto de Ítalo Ferreira durante o eclipse solar

A foto do campeão olímpico e mundial de surfe Ítalo Ferreira durante o eclipse solar anular, fenômeno astronômico visível no Brasil principalmente para as regiões Norte e Nordeste, dominou as redes sociais no último fim de semana, em especial no sábado (14). Nesta segunda-feira (16), a publicação já contava com 742 mil curtidas e 12 mil comentários no perfil do atleta. E não poderia ser diferente: a imagem pode facilmente ser confundida com um pôster de uma cena épica de um filme de ficção científica.

Mas o desafio tecnológico por trás da fotografia torna tudo ainda mais interessante. Segundo especialistas, o fenômeno não poderia ser visto a olho nu e nem capturado por lentes de dispositivos comuns, devido às ondas de radiação emitidas pelo Sol.

O responsável pela missão (quase) impossível de fazer o registro desse momento foi Marcelo Maragni, fotógrafo profissional, membro da equipe de fotografia da Red Bull e colaborador da revista National Geographic Adventure, que convidou o surfista de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, lugar onde o eclipse foi plenamente visível, para ser o personagem da obra.

Em entrevista à Forbes Brasil, Maragni conta os detalhes do projeto, desde a ideia até a execução, que possibilitaram a foto viral ser produzida:

Forbes Brasil – Como surgiu a ideia de fotografar o eclipse? O Ítalo Ferreira sempre esteve nos planos?
Marcelo Maragni
– A ideia surgiu há 5 anos, quando aconteceu um eclipse parecido na Argentina e eu fui tentar fazer uma foto lá — que saiu, mas muito longe de ser tão legal. Naquela época, eu fiquei sabendo que o mesmo tipo de eclipse passaria pelo Brasil em 2023, então eu fui pesquisar e comecei a planejar para fazer acontecer. Quando eu olhei o mapa dos lugares por onde o eclipse passaria, eu vi Baía Formosa, e a pessoa mais conhecida da região é o Ítalo Ferreira. Como eu já conhecia o Ítalo e já tinha trabalhado com ele, não tinha outra pessoa para ser o personagem da foto, né? O planejamento começou cinco meses antes. Eu visitei o Rio Grande do Norte para encontrar o ponto de onde seria possível fazer a foto. Mas, antes de ir, eu peguei imagens de satélite junto com o mapa do eclipse, e onde eu via que ele iria passar, eu pegava os nomes das montanhas ao redor, porque para a foto sair do jeito que eu imaginava, eu precisava estar longe do Ítalo e com uma lente muito grande para aproximá-lo. Inclusive, eu usei o meu celular com um aplicativo de inclinômetro para ter a medida exata para que tudo funcionasse, que era 284 graus a Noroeste e uma inclinação exata de 7 graus.

FB – Visto que haviam diversos desafios para a foto acontecer, qual foi a preparação prévia?
Maragni
– Como eu já havia feito a foto na Argentina, a principal diferença na preparação para fazer a fotografia, em termos técnicos, foi colocar um filtro de densidade neutra na lente. Esse equipamento reduz a intensidade dos raios solares, assim eu consegui fotografar contra o sol mesmo com a luz ainda forte às 15h30, quando o eclipse aconteceu. Algumas pessoas falaram: “Nossa, mas você não ficou cego?” Só que a câmera que eu utilizei tem uma tecnologia chamada “mirrorless”, ou seja, ela recebe a luz, interpreta e te entrega uma imagem no monitor. Você não olha diretamente.

FB – Quais equipamentos foram utilizados para capturar o momento?
Maragni
– Eu utilizei equipamentos da Canon. Mais especificamente, uma câmera Canon R5, uma lente Canon 600 milímetros de abertura 4 e um teleconverter de duas vezes (ele duplica a lente), além do filtro citado anteriormente. Além disso, eu tinha um rádio, um Walk Talk comum, para conversar com o Ítalo, que estava em cima da montanha. Assim nós conseguimos o posicionamento ideal.

FB – Vocês esperavam que o resultado repercutisse dessa maneira?
Maragni
– Eu fiquei espantado com o resultado, porque eu esperava que seria bastante compartilhado e poderia fazer sucesso, mas não tanto quanto fez. Nós realmente furamos a bolha e foi muito legal. Infelizmente tem um pessoal que diz que é fake, eu até acho engraçado. Para chegar àquele resultado, foram anos de técnica e conhecimento.

Fonte: Forbes

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