O negócio da startup Telly pode parecer bastante fora do comum: dar televisores de 55 polegadas para consumidores americanos gratuitamente.
Há alguma pegadinha? Depende de como esse consumidor encara seus dados de consumo de programas televisivos. O motivo é que o negócio da Telly é auxiliar os profissionais de marketing a direcionar anúncios para os espectadores.
O televisor que ela oferta gratuitamente vem com uma tela adicional para exibir publicidade segmentada, notícias, previsão do tempo, resultados esportivos e outras informações. Ele não tem custo pois recolhe dados de visualização e outros para fins publicitários.
A montadora Kia é a primeira empresa a trabalhar diretamente com a Telly para exibir publicidade na segunda tela. O crescimento da startup, que saiu de um teste limitado em março para uma distribuição mais ampla, abre o questionamento sobre a eficácia desses anúncios na segunda tela, principalmente quando os espectadores estão assistindo a programas na tela principal.
A Telly informou que 250.000 pessoas em todos os 50 estados dois EUA se inscreveram para receber um dos aparelhos na primeira semana de maio. A startup planeja enviar até 500.000 dispositivos para os domicílios até o final deste ano.
Para receber a TVs, os consumidores respondem a perguntas sobre temas como provedor de rede de celular, sobre categoria da casa em que vive e veículo, renda familiar, além de dados sobre filhos ou animais de estimação. Essas informações permitem que os anunciantes personalizem quais lares veem quais anúncios e quando.
O preço do negócio
No entanto, o modelo de negócios da empresa pode enfrentar um desafio considerável devido às constantes mudanças na legislação de privacidade.
O fundador e CEO da Telly, Ilya Pozin, anteriormente co-fundou o serviço de streaming de vídeo gratuito Pluto TV, adquirido pela Viacom em 2019, e hoje presente em televisores como os da Samsung.
Pozin acredita que os aparelhos gratuitos da Telly ajudarão a reconectar os profissionais de marketing com o público que tem se mostrado esquivo, pois não são grandes consumidores de TV comercial.
Fonte: Exame
