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Embrapa foca em tecnologias para pequeno produtor, mas inovação não chega por falta de assistência, diz presidente

Pequenos e médios produtores rurais foram o foco de metade das tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em seus 50 anos de existência. Mas existe um obstáculo entre eles e a inovação: a falta de assistência técnica.

Ela é gerada pela desarticulação dos programas públicos para levar esse auxílio aos agricultores, diz Silvia Massruhá, a primeira mulher a presidir a estatal de pesquisa, ao g1.

“Umas das nossas prioridades, então, é trabalhar com a inclusão produtiva desses pequenos e médios, que, na verdade, são os produtores que ajudam a garantir a segurança alimentar no nosso país. São os que produzem as hortaliças, as frutas, o arroz e o feijão”, completa.

Silva assumiu o cargo mais alto no dia 1º de maio deste ano, depois de 34 anos de carreira na área de tecnologia da empresa. Estudiosa da inteligência artificial há mais de 20 anos, Silvia também disse na entrevista:

  • que coordena um projeto para levar soluções digitais para esses pequenos e médios produtores, como sensoriamento remoto, automação e rastreabilidade. Dois projetos-pilotos já foram instalados nos municípios paulistas de Caconde e São Miguel Arcanjo, e mais 8 devem ser implementados nas 5 regiões do Brasil;
  • que o orçamento da Embrapa para pesquisa representa apenas 15% do que o órgão tinha há 10 anos: são R$ 160 milhões, montante que a atual diretoria quer elevar para R$ 500 milhões.

A falta de assistência técnica

“A Embrapa é uma empresa de pesquisa, não de assistência técnica. Hoje, a extensão rural e a assistência no nosso país estão desarticuladas. Alguns estados estão melhores do que outros. Mas, de forma geral, isso ainda não está bem estruturado no país”, diz Silvia.

A pesquisadora detalha que o papel da Embrapa na extensão rural é levar treinamento para o campo.

“Nós temos dias de campo, onde vamos treinar agrônomos, extensionistas, para ajudar os produtores a adotarem essas tecnologias. E, às vezes, são tecnologias básicas: um plantio direto, um insumo [adubo ou defensivo] de base biológica, sabe?”, exemplifica.

“Em outros momentos, o que o agricultor precisa são melhores práticas de gestão, técnicas mais sustentáveis ou dados sobre microclima que podem ajudá-los a aplicar menos defensivos [químicos], por exemplo”, complementa.

As maneiras que a Embrapa encontra para que as cerca de 2 mil tecnologias já desenvolvidas para estes produtores cheguem até eles são parcerias com governos, fundos de pesquisa, universidades, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entre outros.

Nos âmbitos federal e estadual, a principal política pública é a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que é ponte entre a pesquisa e o campo.

Inclusão digital

Além de presidir a Embrapa, Silvia coordena um projeto na estatal para levar soluções digitais para pequenos e médios produtores, como sensoriamento remoto, automação, rastreabilidade e aplicações em inteligência artificial.

O projeto, que leva o nome de Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/SemeAr), foi lançado em abril, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que entrou com um investimento de R$ 25 milhões.

“A Fapesp está apoiando com recursos do Comitê Gestor da Internet porque é um projeto justamente para fomentar a conectividade rural. Sem conectividade, não dá para usar essas novas tecnologias”, ressalta.

Segundo a presidente da Embrapa, a proposta prevê a instalação de dez unidades de um sistema integrado de hardware, software e conectividade, o chamado Distrito Agro Tecnológico (Dat).

A Embrapa já tem 2 projetos-pilotos em municípios paulistas, um com pequenos e médios produtores de café em Caconde, e outro com hortifruticultura em São Miguel Arcanjo, que tem a produção de uva como atividade de destaque.

“Além disso, precisa levar capacitação porque o médio e pequeno ainda têm muita dificuldade para entender as novas tecnologias”, acrescenta.

Busca por mais dinheiro para pesquisa

“A Embrapa tem, hoje, 15% do orçamento de pesquisa que teve há 10 anos”, detalha a presidente, acrescentando que uma das missões de sua gestão é pleitear por mais recursos.

Os 15% a que Silvia se refere representam um montante de R$ 160 milhões: um referencial monetário previsto em lei e no orçamento do governo federal para aplicar em estudos da Embrapa.

Segundo ela, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem negociado este valor dentro do governo.

Após negociações e emendas parlamentares no orçamento de 2023, os recursos para investimento em pesquisa da Embrapa chegaram a subir para R$ 345 milhões. Com este valor, Silvia diz que a instituição consegue apenas manter os mais de 1 mil projetos que já estão andamento.

Para abrir novas frentes, seria preciso mais, diz ela. “O ideal seria ter R$ 1 bilhão”, ressalta, lembrando que os cortes de recursos nos últimos anos fizeram os projetos da Embrapa andar mais lentamente e que, agora, pelo menos, tem sido possível retomar o ritmo.

Fonte: G1

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